Problemas coletivos
- Luryan Elvira
- 31 de mai. de 2017
- 2 min de leitura
Atrasos e veículos sem manutenção são um dos problemas enfrentados por quem depende dos serviços prestados pelas empresas de ônibus

Passageiros de 9 cidades goianas vizinhas ao Distrito Federal, tem encontrado diversas dificuldades na utilização das únicas linhas de ônibus disponíveis na região. Mesmo após o reajuste no mês de fevereiro, no valor de R$0,20 na tarifa da passagem, nenhuma frota foi melhorada e novas linhas também não foram criadas. De acordo com o último censo do IBGE a população das cidades do entorno é de aproximadamente 1.145 milhão de habitantes.
Cerca de 500 mil utilizam diariamente o transporte público, que dispõe apenas de ônibus e conta com apenas 3 linhas de destino (Taguatinga, Gama e Plano Piloto). Ao todo são 8 empresas atuam no mais de 12 municípios que compreendem a área do entorno. Mas, esses ônibus vem apresentando problemas...
As principais reclamações dos passageiros são referentes aos horários. A estudante Simara Dantas (23 anos) que utiliza a linha Valparaíso- Brasília há 3 anos, afirma: “Pagamos uma passagem absurda e vivemos a gosto deles, pois escolhem a hora que querem passar e não pensam nas pessoas que tem compromissos e horários a cumprir, já perdi prova na faculdade por conta dessas situações”. Segundo ela, os horários de espera podem ser de mais de 1 hora e meia e são constantes os atrasos, além disso a infraestrutura é precária.
Motorista da CT Expresso (Luziânia), Amilton Fonseca, 52 anos, está na empresa há 5 anos e conta que “os veículos são comprados de outros estados, e muitos já estão rodando por pelo menos 10 anos”. Ele ainda acrescentou que várias companhias já passaram pela região, muitas sem registro nos órgãos responsáveis, e desistiram logo nos primeiros meses por não ter veículos que suportassem a demanda de passageiros e as inúmeras viagens feitas todos os dias.
Diante das queixas, o Folha do Cerrado entrou em contato com a ANTT, responsável por supervisionar as atividades de prestação de serviços e infraestrutura dos transportes. O Fiscal Paulo Ribeiro* que trabalha no órgão há seis anos, garante que está tudo dentro da normalidade e que as supervisões são feitas semestralmente, e sem o aval da Agência, nenhum ônibus pode rodar: “existem protocolos que estas empresas devem seguir, normas que são impostas, sem isso não estão autorizadas a fazer o transporte de passageiros, e somos nós que garantimos que sejam cumpridos os requisitos necessários”, ele ainda deixou claro que hoje não existem empresas sem registro rodando no entorno, todo ônibus que tem como destino final a rodoviária do Plano Piloto está devidamente autorizado a rodar.
O ex cobrador da G20 Claudio Lopes,28 anos, conta que não é bem assim, os carros em que já trabalhou sequer eram vistoriados, muitos passavam por revisões precárias onde apenas os itens de extrema necessidade eram trocados, e que isso nunca impediu que a empresa ganhasse as licenças necessárias para rodar: “tem carro ai rodando com muitas multas, com óleo precisando ser trocado, peças improvisadas e tudo mais, e mesmo assim eles deixam, não existem essa fiscalização não, eles só querem a grana deles mesmo”. Segundo ele, os donos da empresas não tem compromisso com os passageiros: “hoje até que alguns motoristas fazem os horários certinhos, mas depende do motorista né? quando estão de bom humor passam na hora certa.”
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