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Cidades

Grafite: a voz dos muros de Brasília

  • Inah Araújo
  • 30 de abr. de 2017
  • 3 min de leitura

Com o crescimento dos movimentos culturais, a arte das rua tem ganhado seu lugar ao sol

Grafites chamam a atenção em Bancas de Revistas na W3 Sul

É fácil se deparar com diversas artes nas ruas, nas paredes das casas e até mesmo em bancas de revista de Brasília. O movimento artístico do grafite que surgiu em Nova York no início dos anos 70, veio para o Brasil ainda naquela década, e se espalhou por todos os cantos do país.

O grafite está ligado a outros movimentos e reflete a realidade das ruas com desenhos e frases que colorem os muros das cidades. O estilo do grafite brasileiro é reconhecido como um dos melhores do mundo. E como todo novo manifesto cultural, também causa polêmica para aqueles que o consideram vandalismo, confundindo a arte do grafite com a pichação


O grafite é baseado em figuras, enquanto a pichação é baseada em letras.


“Esse tipo de coisa mancha a cidade.”, critica Osvaldo Nunes, 52 anos, dono de uma banca de jornal e revistas no Guará I. Para ele, esse tipo de trabalho é apenas um desrespeito à propriedade privada.

Na prática, a história não é bem essa. A verdade é que os grafiteiros costumam ser convidados para fazer trabalhos em bancas, lojas e muros. Quando não são chamados, eles pedem autorização dos proprietários para realizar a sua arte. Eles não pintam à noite, na surdina. Trabalham de dia, fazendo do seu trabalho uma exposição a céu aberto.


GRAFITE COMO PROFISSÃO


De uns tempos pra cá, a capital vem ganhando diversos grafites em ruas e muros, que alegram e mudam a cara da paisagem urbana da cidade. Por ser uma arte democrática, tanto o morador de rua quanto o estudante pode ter acesso a ela.

Pedro Sangeon, 35, artista plástico brasiliense, mais conhecido como Gurulino diz que iniciou no grafite pela vontade de se comunicar com uma massa de pessoas. Em vários lugares da cidade é possível ver suas obras de arte. Um boneco com três olhos acompanhado de frases reflexivas e poéticas e até irônicas do artista. Ele acredita que “ todo grafite traz uma crítica intrínseca, ainda que seja só imagem. Vai de cada pessoa, o tempo que ela dedica para se relacionar com a imagem para levar pra si mais informação”.

Hugo Williams, 26, que começou a grafitar em 2004 por diversão, hoje é profissional na área e vive exclusivamente disso. Saiu de Brasília para o mundo pintando hotéis, restaurantes, festas, e fez exposições em Miami e Orlando. Atualmente, o artista faz workshop. Yong – que é sua assinatura – diz que seus trabalhos tentam transmitir alegria e positividade para mudar um pouco o dia das pessoas.


PINTARAM TUDO DE CINZA


A Banca da 308 sul, da jornalista Conceição Freitas, foi agraciada pela arte de Gurulino

Se em Brasília o grafite ganha espaço, em São Paulo ele é alvo de polêmicas. O programa “São Paulo Cidade Linda” do Prefeito João Dória quer acabar com os grafites da cidade.

Yong diz não ficar chocado. “O grafite é orgânico e sempre vai ser mutável. As ruas sempre estarão mudando e é algo que acontece, claro que alguns painéis já são como pontos turísticos, então quem perde é a própria cidade”, pondera. “Mas eles vão estar sempre apagando e nós sempre pintando.

Já Gurulino considera o projeto de Dória um atentado à arte. “Quem mais perde é o artista que desenha e a população, que paga impostos para que a educação melhore, mas o governo insiste em gastar esse dinheiro com tinta cinza para apagar o maior mural de arte urbana da América Latina”, lamenta.


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